sábado, 29 de novembro de 2014

Cirurgia bariátrica e reeducação alimentar

Metade das pessoas obesas que fazem redução de estômago voltam a engordar parcialmente, e 5% ganham todo o peso novamente. Por isso, não adianta apenas se submeter à cirurgia bariátrica: é preciso mudar os hábitos e ter uma reeducação alimentar para o resto da vida.

A operação também deve ser a última alternativa para quem precisa emagrecer seja por obesidade mórbida ou por doenças associadas ao excesso de peso.

Segundo o endocrinologista Alfredo Halpern e o cirurgião bariátrico Marco Aurélio, a bariátrica não faz milagres e envolve riscos e eventuais complicações no pós-operatório, como todo procedimento de alta complexidade. E, ao contrário do que muita gente pensa, o estômago das pessoas gordas não é maior nem mais elástico que o das magras.

Mas é necessária muita força de vontade e também muita persistência. O estômago é um saco de fibras e músculos, capaz de acumular alimentos. Faz parte da digestão, encaminhando o produto para o duodeno continuar essa tarefa e por ser um órgão muscular, ele é capaz de aumentar e diminuir, é como se fosse um saco elástico.
Quanto mais coisas se coloca dentro de um saco elástico, mais o elástico vai ficando flácido e esticado. Assim é o estômago. Se frequentemente comemos demais, a musculatura vai ficando flácida e o estômago dilatado. Sendo assim será necessário cada vez mais alimento para conseguir aquela sensação de estômago repleto. Não devemos desprezar a sabedoria popular.

Antigamente era muito comum ouvir a frase: "..você está comendo demais, vai dilatar o estômago.." Segundo especialistas, de acordo com a anatomia e fisiologia do estômago, dá para compreender a sabedoria popular. 

Estômago "cheio" não é sinônimo de boa alimentação. O gastroenterologista Moacyr Pádoa Vilela, da Escola Paulista de Medicina, declarou em um artigo que a capacidade média do estômago de uma pessoa adulta normal, é de 1 litro e meio de alimentos. Ele pode aumentar até 40 vezes. Se uma pessoa altera radicalmente a forma de alimentação, com o passar dos anos o tamanho do seu estômago também poderá mudar.

Reduzir a ingestão de alimentos pode levar, com o tempo, à diminuição do apetite. Mesmo assim, estudos mostram que reduzir significativamente a ingestão de calorias produz reduções mensuráveis na capacidade do estômago de uma pessoa.

Em um estudo cientistas recrutaram um pequeno grupo de homens e mulheres obesos e o dividiram em dois grupos: o primeiro grupo comia livremente e outro passou pelo processo de reeducação alimentar que incluía pequenas refeições. Entre os que aderiram a reeducação, a capacidade gástrica foi reduzida de 27% a 36%, em média. O efeito se dá também no caso oposto: a ingestão repetida de grandes refeições e, particularmente o exagero, aumenta a capacidade do estômago. 

Para alguns especialistas, reduzir a ingestão de comida através da reeducação alimentar parece reduzir a capacidade do estômago naturalmente.

Portanto, a cirurgia bariátrica em alguns casos, serve como paliativo, pois se não houver disciplina e reeducação alimentar o estômago volta a aumentar e a pessoa ganha peso novamente.




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